Entrevista para o site Cenário HQ!
Olá, camarada, tudo certo?
Mais uma entrevista bem legal e agora para o site, Cenário HQ. Confira aqui na integra!
Abraço...
Luciano Salles.
A primeira vez que vi O Quarto Vivente foi na Monkix. Um dia entrei lá e o Marcelo me mostrou, “esse cara deixou esse livro aqui, ele é do interior”. Peguei o livro e comecei a folhear. Me lembrou muito os europeus nos quadrinhos. Perguntei quem era o cara. “Ele era bancário”. Eu pensei “porra, mas gente nesse emprego, quando surta, sai metralhando gente na rua, não faz quadrinhos”. Na verdade, o Luciano sempre foi ilustrador. Trabalhou no banco pra ajudar a pagar as contas. Enfim peguei o livro e levei para casa. Meses depois ele participou de uma tarde de autógrafos na Monkix, junto com o pessoal da Miolo Frito e da LOKI. Vi o cara lá, sentado, na dele, autografando os livros. Ali comecei a falar com ele. Lembro que fazia frio e o cara de bermuda. Conversamos sobre quadrinhos, o interior de São Paulo, o Batman com seu suspensório de utilidades, e, claro, peguei meu autógrafo. E acompanhando as publicações em seublog, suas postagens no Facebook e outras entrevistas que ele deu, você vê que o cara é muito tranquilo, simpático, atencioso e preocupado com seu trabalho e a recepção do público. Além do Quarto Vivente, o Luciano participou da publicação Quatro Estações e da edição comemorativa Mônica(s). Baita ilustrador e um cara muito legal. Agora passou o FIQ, fiz uma pequena entrevista com ele sobre seus trabalhos e o mercado de quadrinhos.
P: Como tem sido a receptividade d’O Quarto Vivente?
Luciano Salles: Muito boa, para não dizer excelente!Tenho recebido ótimas críticas e resenhas. Em quase todas as vendas que faço pelo meu bloguesaite Dimensão Limbo sempre recebo um feedback espontâneo do comprador. Acho isso demais de legal. É o fechamento perfeito do ciclo, Obra : Autor : Leitor. A receptividade no FIQ também foi demais.As lojas especializadas também tem sido muito receptivas para acolher minha revista.
P: Você acha que hoje o grande divulgador de Quadrinhos no Brasil é o Independente e não as editoras? Pergunto isso por
causa da FIQ. Eu não fui, mas pelo que vi nas fotos e no que o pessoal comentou pelas redes sociais, o FODA da FIQ foram os Independentes, os que publicaram por conta própria ou através de financiamento coletivo.
L.S.: Sempre trabalhei de forma independente com os meus quadrinhos e, que não são muitos. Na realidade, são dois. A HQzine ‘Luzcia, a Dona do Boteco’ e agora, a HQ ‘O Quarto Vivente’. Agora, não acredito que um ou outro seja o grande divulgador. O mercado está para todos na mesma proporção. Sempre pensei assim. As ferramentas, como a internet, redes sociais, blogs, apps e outros milhões de formas para se divulgar seu trabalho, estão prontas e aguardando o seu trabalho. Acredito enfim, em trabalho. Minha próxima HQ, que devo lançar no final de 2014, já está com o roteiro pronto e já estou na terceira revisão. Quero trabalhar e muito bem, em cada página, quando começar a desenhá-la. Acredito piamente em uma fórmula simples e eficiente. Seu trabalho será valorizado se for feito com amor, dedicação diária, intensidade, verdade e dando as caras para bater. Uma editora terá acesso a alguns pontos de venda que ainda não consegui, a distribuição será muito melhor mas se eu, no conforto do meu estúdio, não me mexer, nada acontece. Trabalho muito e todos os dias. Independente da minha revista já ter vendido quase 500 unidades. Continuo firme e forte!
P: E vendo esse mercado independente crescer, você tem vontade de ver um livro seu publicado por uma editora, ou, ser chamado por uma editora para produzir um livro?
L.S.: Seria uma experiência nova que teria que analisar. Os prós e contras. Não posso julgar ou falar sobre algo que nunca aconteceu. Com certeza, ouviria a proposta com carinho e iria procurar o melhor para a obra, para os meus leitores e também, é claro, para a Editora, que estaria bancando o livro. Sempre estou aberto a novas ideias, propostas e interesses.
P: O que falta no mercado independente para chegar no nível das editoras? (estou pensando em distribuição e renda. Já peguei algumas publicações independentes que foram lançadas na FIQ que estão pau a pau com edições lançadas por editoras, por exemplo a QUAD… ou o seu próprio Quarto Vivente…O Inspiração do Solano, etc.)
L.S.: Eu acredito que a distribuição é o grande diferencial entre os independentes e as editoras. Para ser independente é necessário, antes de tudo, ter uma visão ampla do mercado, aprender a mexer com a logística da sua publicação, ter controle sobre vendas, pontos de vendas, parceiros, parcerias entre outras tantas coisas. Hoje, é possível um independente ter uma publicação tão boa quanto qualquer editora. A minha revista, por exemplo, foi impressa na mesma gráfica que são impressos alguns gibis da turma da Mônica. O atendimento foi excelente e eles entendem que o mercado independente está se estruturando.
P: Por fim, quais os planos para 2014?
L.S.: Já estou, como disse, com o roteiro da minha nova HQ pronto. Só estou fazendo uma terceira revisão, para dirimir continuidades e outros pontos. Também tomo bastante cuidado com o texto no roteiro. Mas, voltando a pergunta, meus planos para 2014, basicamente é, finalizar com a impressão dessa nova revista, trabalhar bastante com ilustração (que adoro) e divulgar muito a minha revista ‘O Quarto Vivente’. Fiz 2000 cópias e que pretendo vender todas.