Resenha – Limiar: Dark Matter por Floreal Andrade no Impulso HQ
Limiar: Dark Matter de Luciano Salles (2015, independente) |
Olá camarada, tudo bem?
No dia 22 de Julho saiu uma resenha de Limiar: Dark Matter, meu último quadrinho publicado de forma independente em outubro de 2015.
A resenha foi assinada por Floreal Andrade no excelente site de entretenimento e cultura pop Impulso HQ. Floreal foi ao ponto exato no texto. Sucinto e assertivo, o texto consegue captar muito do que quis na HQ. Enfim, eu adorei a resenha!
Confira toda resenha logo abaixo ou siga direto para ler no site dos camaradas do Impulso HQ e se ficou interessado em adquirir a HQ é só ir por aqui até minha Loja Online!
Forte abraço.
Luciano Salles.
Por Floreal Andrade, 22 de julho de 2016 – publicado originalmente no Impulso HQ.
“Acho tudo muito infantil. Em contrapartida, acredito que ele exprime uma busca de nossos desejos mais profundos…”, Moebius sobre as histórias em quadrinhos.
“Acho tudo muito infantil. Em contrapartida, acredito que ele exprime uma busca de nossos desejos mais profundos…”, Moebius sobre as histórias em quadrinhos.
Impressionante como os quadrinhos de Luciano Salles conseguem nos atingir de maneira tão profunda e tão impactante. É impactante visualmente, é impactante conceitualmente. Como um me disse um amigo um dia desses “como é bom se perder nos labirintos das HQs do Luciano”.
Lançado de maneira independente, Limiar: Dark Matter encerra um ciclo na carreira desse quadrinhista que despontou no mercado nacional em 2012. Audaci Junior diz que Dark Matter tem uma ligação com outro álbum de Luciano Salles, “O Quarto Vivente” de 2013, e se você conhece essa obra irá perceber que estamos em um mesmo universo. Porém, com a brilhante narrativa de Salles, somos apresentados a três personagens no futuro, lembranças que não são suas, um sonho ou um pesadelo.
Amerício, Carino e Nádio são três amigos que buscam vingança sendo que um está morto. Parece complicado não? E é. A trama ambientada nesse futuro distópico também é composta por uma lendária porta que os amigos terão que passar e a vingança traz consequências não só para eles, mas para todo o universo.
Amerício, Carino e Nádio são três amigos que buscam vingança sendo que um está morto. Parece complicado não? E é. A trama ambientada nesse futuro distópico também é composta por uma lendária porta que os amigos terão que passar e a vingança traz consequências não só para eles, mas para todo o universo.
Salles não subestima o leitor, pelo contrário, o faz se esforçar e tentar ler nas entrelinhas, nas entrecores, nos entrequadros, entretempos. Estariam os três amigos sobre efeitos de alucinógenos? A porta fez com que eles ganhassem poderes para enfrentar o assassino do amigo morto?
Salles em toda a sua narrativa cria uma sensação de desconforto e de difícil compreensão. E já que falei de “entrecores”, não posso deixar de citar a paleta de Marcelo Maiolo, que assina a colorização do álbum. O colorista optou por cores não tradicionais nas aplicações de pele e um efeito de brilho nos cenários, deixando as composições cromáticas com contrastes bem interessantes. Lembrando que essa parceria entre Maiolo e Salles já pode ser vista no L’Amour: 12 oz, também de autoria de Salles.
A vingança é dada pela memória, afinal, de acordo com Salles em uma de suas entrevistas, “somos apenas memória e isso se aplica para tudo, inclusive ao Universo”.
Exato. Mais uma vez, Luciano não traz uma leitura fácil. É preciso se esforçar para acompanhar suas páginas. O trio está nascendo ou morrendo? São várias perguntas que podem não ter respostas.
Faça um teste curioso: peça aos amigos que leiam a história e depois que contem a sua versão da mesma. Você perceberá que milhares de outras histórias virão à tona.
Faça um teste curioso: peça aos amigos que leiam a história e depois que contem a sua versão da mesma. Você perceberá que milhares de outras histórias virão à tona.
Por isso é tão difícil classificar a obra de Luciano Salles apresentada até agora. E pra que classificar se o melhor é ler. Ler e se perder. Aqui estou eu perdido no traço e nas cores singulares de Luciano Salles.
Quando cheguei à última página, não sabia se chegava ao fim ou ao início da aventura.
Limiar: Dark Matter
Quando cheguei à última página, não sabia se chegava ao fim ou ao início da aventura.
Limiar: Dark Matter
Edição independente
Roteiro e arte: Luciano Salles
Cores: Marcelo Maiolo
Colorido
21 x 27,5 cm
50 páginas
R$ 35,00