Luciano Salles.
Eudaimonia é o primeiro álbum em preto e branco de Salles desde Luzcia e terá 32 páginas. Segundo o autor, o quadrinho já está pronto e agora só falta imprimir. O lançamento será na Comic Con Experience 2017. O link pra página da campanha no Catarse tá aqui. Ó a sinopse da HQ:
“Piwl-Pa-Col é o nome de um estranho e solitário caçador que falha na tentativa de abater ‘uma parte’ de sua presa. Ele tem apenas uma segunda chance para o sucesso de sua caçada e, não por acaso, contará com a ajuda de uma inusitada parceira chamada Luzcia, a dona de um boteco”.
[ENTREVISTA] Luciano Salles revela detalhes exclusivos de EUDAIMONIA
Após ter lançado álbuns que mexeram com os leitores brasileiros — por oferecerem narrativas desafiadoras e temas artisticamente sérios –, Luciano Salles, um dos mais prolíficos artistas nacionais da atualidade, está prestes a lançar seu novo quadrinho, Eudaimonia. Contudo, a pegada agora é outra.
Salles está fazendo sua primeira investida no Catarse, tentando lançar Eudaimonia através de uma campanha inédita em sua carreira. O Terra Zero conversou exclusivamente com ele para saber mais detalhes sobre a HQ, o processo criativo dela e, claro, a campanha, que você pode apoiar clicando aqui.
Terra Zero: Os títulos das suas HQs são sempre enigmáticos. Como surgiu Eudaimonia?
Quando comecei a pensar na história de um caçador, minha cabeça sempre me conduzia para um leopardo. Qualquer documentário ou texto que fale sobre felinos cita o leopardo com um caçador perfeito.
Resumindo, ele não erra, pois faz somente aquilo, vive para aquilo, ou seja, a melhor coisa que um leopardo faz é ser um leopardo. A partir desse pensamento, o conceito de felicidade, da tradição antiga grega, que é basicamente viver da melhor forma possível através daquilo que você foi criado para fazer, ficou apitando em minha cabeça. Este conceito é chamado de eudaimonia.
Terra Zero: O que você pode falar sobre a HQ sem entregar as surpresas?
O posso falar é: “um estranho caçador tem apenas uma segunda chance para o êxito em capturar sua presa. Para isso, contará com a ajuda de uma velha senhora”. Essa é uma história curta e percebi que gosto disso.
Terra Zero: Você vem de três contos de ficção científica, que exploravam estágios humanos. Quando conversamos, há alguns anos, você disse que seu quarto trabalho seria um desafio. Como está encarando as mudanças?
Mudança é sempre bom e estou bem feliz com o resultado. Como disse, eu vim de uma trinca de ficção científica e este trabalho, com certeza, foi um grande desafio pois ele não existia até abril/maio deste ano. Estava trabalhando em outra HQ, mas Eudaimonia explodiu em minha cabeça e alterei alguns cronogramas que estavam certos pra mim e que havia determinado para 2018.
Comecei a pensar na opção de fazer um financiamento coletivo e participar do ProAC. Eudaimonia ficou com o Catarse.
Terra Zero: Como foi criar uma campanha no Catarse? Qual é a avaliação da experiência até agora?
Vou poder avaliar muito melhor a campanha com uns quinze dias corridos. Hoje [na data da realização da entrevista] estamos no primeiro dia. Estou empolgado e bastante ansioso como tudo isso.
Antes de mais nada, tive que tomar coragem para criar essa campanha. Estudei muito a plataforma, li tudo o que o Catarse fornece, pesquisei por projetos com grande êxito em suas campanhas, projetos que falharam, que foram sofridos para serem financiados, que receberam e recebem reclamações por atraso ou qualquer outro problema. Tudo isso para eu tentar reduzir a praticamente zero as surpresas que posso vir a ter.
Quando decidi pelo financiamento coletivo, tornei primordial entender que eu terei a minha expectativa exponencialmente acrescida da expectativa de cada colaborador, e isso me fez tomar cuidados redobrados. Tenho ciência que imprevistos podem acontecer, pois dependerei dos Correios, por exemplo.
Entretanto, fiz uma programação para possíveis erros, extravios e o que mais puder surgir de supetão. O cronograma está tão detalhado que o que me preocupa agora é conseguir bater a meta.
Terra Zero: Eudaimonia tem algum vínculo com suas histórias anteriores? Existe um “lucianoverso” à vista?
Hahaha, seria muita pretensão minha pensar em algo assim, mas achei engraçado. Acredito que sua pergunta surge por eu criar histórias que não são baseadas em personagens que possam ser reais e também por nunca situar as histórias em lugares que existam. Acho legal contar uma história com personagens plausíveis em lugares comuns mas isso já acontece todo dia e o acaso se incumbe dos melhores enredos. Por isso prefiro inventar e ir pelo caminho que trilho.
Eudaimonia tem um vínculo com minha primeira HQ, Luzcia, a Dona do Boteco. Aliás, a conexão se faz com a personagem Luzcia. Ela dividirá a atenção do leitor junto com o caçador, Piwl-Pa-Col. Pronto, revelei o nome do dito cujo!