Acionei meu plano B: sendo quadrinista e ilustrador, recomendo ter estratégias nas mangas
É difícil ser artista no Brasil.
A frase pode soar genérica, cômoda ou mesmo apenas repetitiva, mas que é difícil ser artista no Brasil, isso é uma verdade.
Não só artista. Arriscaria dizer que deve ser difícil ser artista em qualquer lugar do Globo Terrestre (a Terra não é plana).
Estendo esse fato para os(as) atletas e tantas outras profissões onde você depende, exclusivamente, de você. Deste modo, se está contido entre os habilitados que citei ou impliquei, tenha planos para os eventos que não são de sua alçada ou que estão fora de seu controle; tenha um plano A, tenha um plano B e por que não, um plano C.
A pandemia e a crise vieram de forma tão brutal e avassaladora que quando percebi havia acionado meu plano B. Vinha me preparando desde 2015, mesmo sem saber, perceber ou "se" – e de qual forma – o botão de ignição seria pressionado.
Retrocedo. O começo de 2020 foi promissor. Tinha contratos e eventos para cumprir até julho/agosto, além de estar no núcleo de artes da Folha de S.Paulo (continuo na Folha, no núcleo e espero que por muito e muito tempo). Tudo estava azeitado, com as engrenagens rodando perfeitamente até que a pandemia do coronavírus explodiu. Como somente uma mega bomba de devastação global pode fazer, o efeito dos estragos arrasando continentes vinham em nossa direção. Chegou em um Brasil desorganizado, despreparado e fomos atingidos com força colossal.
Participar disso é uma experiência sem igual, histórica, infelizmente cruel com os menos favorecidos e salutar no processo de amplificação da percepção e empatia. Assim como todos e todas, fui atingido. Meu resguardo começou no final de fevereiro, começo de março e ainda se mantém. Se você ainda lê o texto, pode achar que perdi o intento do enunciado mas não pois foi na entrada dessa quarentena que apertei o gigante botão vermelho do plano B.
Estou cursando uma nova formação que nada tem de relacionado com o meu desenho e histórias. Tem relação com artes, linguagens diversas, mas exatamente o que estou estudando e fazendo deixo para comunicar mais pra frente (acho melhor assim). O que vale ressaltar é que não abandonarei as ilustrações muito menos os quadrinhos.
É interessante como os caminhos se fazem antes mesmo de escolhermos e foi exatamente assim com esse plano B. Desde 2015 isso vinha me moldando. Eu lia, estudava por conta, até o momento que percebi que não conseguiria prosseguir sem uma instrução adequada e de qualidade. A pandemia foi o extremo impulsionador.
Quer saber qual o motivo de todo esse texto? Somente para que entenda (ou não), a importância de um plano B. Como disse que não abandonei os desenhos, as ilustrações e os quadrinhos, encerro por aqui pois preciso voltar a colorir um trabalho.
Se ainda não tem minhas histórias em quadrinhos, clique aqui para adquirir e deixe seu comentário pois será respondido com atenção e carinho.
Um abraço.
Luciano Salles.