Meu (ainda) curto percurso neste 100 anos da Folha
O jornal preparou um mergulho na história da Folha em 100 fatos marcantes que vale muito a leitura. É impossível (pra mim) não parabenizar o jornal por tamanho feito. Não é fácil manter-se com uma publicação que diversas vezes sofreu (e sofre) tantos ataques, interrupções de circulação, que preza pela imparcialidade da notícia independente do período que atravessou. E certo que isso não é algo fácil de se fazer.
Trabalho na Folha desde 2015. Inicialmente, como freelancer, só ilustrava para o caderno de cultura Ilustrada. Logo, e ainda no mesmo ano, comecei a ilustrar para todos os cadernos do jornal. Ciência, Mundo, capa do jornal, lá estava eu participando deste centenário e é aí que entra meu orgulho em fazer parte dessa história.
Explico: meus pais sempre assinaram a Folha de S.Paulo. Como sempre acordei cedo, ouvia o entregador jogar o calhamaço de papel pelo portão e corria para pegar pois queria ler as tirinhas. Angeli, Laerte, Glauco, Fernando Gonzales, Scott Adams com as tiras do Dilbert. Adorava aquilo.
Passei a morar sozinho, cursar engenharia civil e continuava ler o jornal na biblioteca da faculdade. Lembro que na época gostava de ler o editorial do jornal e como sempre as tirinhas. O tempo voou e estava eu lendo o periódico como funcionário do Banco Real, depois ABN AMRO para finalmente ler, já como gerente, no Santander. As colunas (adorava as do Contardo Calligaris) eram as de leitura obrigatória, junto do editorial, o caderno de economia e as tirinhas. Essa era a ordem de leitura e as tirinhas justificavam um sorriso no rosto ao fechar a publicação.
Como o tempo não para, lá estava eu em 2015 vendo meus desenhos sendo impressos neste jornal (obrigado, Thea); e, como o tempo realmente não para (de nos surpreender), em 2018 comecei a ilustrar as colunas escritas pelo psicanalista Contardo Calligaris.
Chego ao dia de hoje, neste aniversário de 100 anos, como um desenhista que faz parte do núcleo de artes da Folha de S.Paulo, este jornal que eu acompanho e está junto comigo desde moleque.
Força, Folha.
Um abraço.
Luciano Salles.